13 mulheres que inspiram a conquista feminista por equidade

Reunimos um pouco da história de mulheres que trabalharam em diferentes campos de atuação com o objetivo de ocupar posições que, muitas vezes, só eram possíveis para homens cis heterossexuais. Algumas viraram referência histórica, outras estão atuando na contemporaneidade, mas todas merecem ser relembradas e conhecidas.

Mary Jackson

Foi matemática, física e engenheira aeroespacial do National Advisory Committee for Aeronautics (NACA), organização atualmente chamada de NASA. Após alguns anos lecionando e se especializando em cursos de extensão, Mary Jackson foi selecionada para um programa especial de treinamento, onde recebeu a promoção de engenheira aeroespacial e trabalhou no Departamento Teórico de Aerodinâmica, seu objetivo era compreender como exatamente o ar fluía.

Após 34 anos na NASA, Mary alcançou um alto cargo na engenharia, mas, decidiu mudar de posição dentro da empresa e até receber um salário menor para trabalhar na administração do setor de Oportunidades Iguais, dedicando todo o seu tempo de serviço auxiliando grupos minoritários que visavam ocupar posições mais altas dentro da instituição. Mary Jackson se aposentou em 1985 e faleceu em 2005.

O filme “Hidden Figures”, lançado em 2017, sobre três cientistas negras que calcularam na década de 1960 as trajetórias de voo do Projeto Mercury e Apollo 11 possui um trecho da história de Mary Jackson, assim como de Katherine Johnson e Dorothy Vaughan. O filme é baseado no livro de Margot Lee Shetterly, que reuniu as contribuições das três cientistas na história da NASA. No longa, Mary é interpretada pela cantora e atriz Janelle Monáe.

Judith Butler

Judith Butler é uma filósofa estadunidense, referência teórica do feminismo e teoria queer. Seu ensaio mais popular é o chamado “Os atos performativos e a constituição do gênero”, em que propõe que gênero é performativo. Butler faz um paralelo com o teatro e argumenta sobre a existência de uma plateia social. Segundo sua teoria, o sujeito está sempre em processo, o qual se constrói no discurso pelos atos que executa. Butler afirma ainda que esse “script” de performance de gênero é reforçado por práticas sociais históricas.

A intelectual já fez parte do “International Gay and Lesbian Human Rights Commission”, participou do Occupy Wall Street, e mesmo tendo ascendência judia, Butler é abertamente contra a política israelense na Palestina.

Linda Nochlin

Linda Nochlin foi uma historiadora de arte americana, professora e escritora. Tornou-se conhecida pelo seu artigo publicado em 1971, “Why Have There Been No Great Women Artists?”, (“Por que não houve grandes mulheres artistas?”, em tradução literal). A historiadora faleceu em 2017.

Chimamanda Ngozi Adichie

Feminista e escritora nigeriana, Chimamanda Ngozi Adichie é considerada uma das mais importantes jovens autoras desta geração na literatura africana. Adichie estudou por um ano medicina e farmácia, período em que também se envolveu como editora da revista universitária para alunos de seu curso, a publicação The Compass. Aos 19, ela deixou as aulas e seu país para estudar comunicação e ciências políticas nos Estados Unidos.

Em 2003, finalizou o mestrado em escrita criativa na Universidade Johns Hopkins de Baltimore, e em 2008, recebeu o certificado como mestre de artes em estudos africanos na Universidade Yale.

Seu primeiro livro, “Hibisco Roxo”, foi publicado em 2003, porém, a obra que a tornou ainda mais popular foi lançada em 2015 com o título “Sejamos Todos Feministas”. Sua última obra publicada, “O perigo de uma história única”, divulgado em 2019, também é sucesso de vendas em diversos países.

Djamila Ribeiro

Djamila Taís Ribeiro dos Santos é filósofa, escritora, pesquisadora e colunista do jornal Folha de S. Paulo. Em 2016, foi nomeada secretária-adjunta de Direitos Humanos e Cidadania da cidade de São Paulo.

A pesquisadora é conhecida por suas obras “O que é lugar de fala?”, “Pequeno Manual Antirracista” e “Quem tem medo do feminismo negro?”. Além disso, a intelectual possui um perfil com presença marcante nas redes sociais e participa constantemente de programas de comunicação populares, como “Saia Justa” e “Roda Viva”.

MC Soffia

Soffia Gomes da Rocha Gregório Correia nasceu em 2004 na zona oeste de São Paulo. Filha de uma produtora cultural, a menina sempre frequentou oficinas e debates com temáticas sociais em destaque, participou de cursos de dança e aos seis anos começou a cantar. Desde então, a agora conhecida MC Soffia compõe raps sobre empoderamento feminino, preconceito, racismo e machismo.

Em 2016, a MC se apresentou na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro e, desde então, sua carreira musical tem ficado cada vez mais em pauta.

Erika Hilton

Erika Santos Silva, mais conhecida como Erika Hilton, é uma ativista dos direitos negros e LGBTQIAP+ que atua de maneira ativa na política brasileira. Filiada ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Hilton foi a vereadora mais votada do país durante as eleições de 2020, sendo a primeira vereadora transgênero eleita pela cidade de São Paulo.

Jane Fonda

Jane Seymour Fonda é uma atriz, escritora, ativista, modelo, empresária e autora estadunidense. Ao longo de sua carreira artística, Jane Fonda já recebeu prêmios em eventos como o Oscar, BAFTA, Globo de Ouro e Emmy. A atriz é conhecida pelos papéis em filmes populares das décadas de 1960 e 1970, mas segue atuando, sendo o último papel na série da Netflix “Grace & Frankie”, única produção original do streaming com sete temporadas produzidas, a qual questiona o retrato e tratamento direcionado às mulheres com mais de 60 anos na mídia e sociedade.

Sua instituição “Jane Fonda Fund for Women Directors” apoia na restauração de filmes dirigidos por mulheres do mundo todo. Além disso, a artista é um dos principais nomes da organização “Fire Drill”, que luta por políticas positivas para o meio ambiente. Em 2019, Fonda chegou a ser presa durante um protesto contra as mudanças climáticas na escadaria do Capitólio, Congresso norte-americano.

Amanda Gorman

Amanda Gorman é uma poetisa e ativista americana de Los Angeles, Califórnia, nascida em 1998. O trabalho da artista aborda opressão, feminismo, raça, marginalização e a diáspora africana.

Após o lançamento de seu livro de poesias “The One for Whom Food Is Not Enough”, Gorman foi a primeira jovem poetisa ganhadora do prêmio National Youth Poet Laureate. Durante a cerimônia de posse presidencial de Joe Biden e sua vice Kamala Harris em janeiro de 2021, a jovem recitou seu poema “The Hill We Climb”.

Jaqueline Góes de Jesus

Jaqueline Góes de Jesus é biomédica, doutora em patologia humana e pesquisadora brasileira. A profissional ficou conhecida pelo seu trabalho no sequenciamento do genoma do vírus SARS-CoV-2, trabalho que realizou em tempo curto, visto que o resultado foi  divulgado 48 horas após a confirmação do primeiro caso de COVID-19 no Brasil. Além disso, a biomédica fez parte da equipe que sequenciou o genoma do vírus Zika.

Letícia Bufoni

Letícia Bufoni e Silva é uma skatista profissional brasileira, considerada um dos maiores nomes da história do esporte. Criada no bairro Vila Matilde, em São Paulo, aos 14 anos se mudou para a Califórnia, onde se tornou skatista profissional. Bufoni é a maior medalhista e vencedora da história do skate no X Games.

Liniker

Liniker de Barros Ferreira Campos é uma atriz, artista visual, compositora e cantora da banda Liniker e os Caramelows. Em meio ao trabalho vocal e de composição no soul e black music brasileiros, a artista é uma mulher transgênero que se popularizou pelo dueto que realizou com o cantor Johnny Hooker, a faixa “Flutua”.  Em junho de 2021 Liniker fez sua estreia como protagonista de uma série nacional na Amazon Prime Video, a produção “Manhãs de Setembro”. 

Lizzo

Melissa Vivianne Jefferson escolheu o nome artístico de Lizzo devido à canção “Izzo (H.O.V.A.)”, do rapper Jay-Z. A cantora atuava no hip hop, porém, em 2016 lançou um projeto nomeado “Coconut Oil” com uma abordagem mais voltada para o Pop. Em 2019 seu single “Juice” chegou ao topo da Billboard Hot 100, e em seguida, diversas canções de seu álbum “Cuz I Love You” se destacaram nos streamings e programas de rádio. No mesmo ano, Lizzo recebeu oito indicações ao 62º Grammy Awards e foi nomeada pela revista Time como “Artista do Ano”. 

Em suas composições e publicações nas redes sociais, a cantora aborda constantemente questões como empoderamento feminino e body positivity, sendo uma das principais vozes em todo o mundo na luta contra a gordofobia.


*(Créditos imagem de destaque: Divulgação, Boom/Rawpixel).

Gabriela Sartorato e Laura Ferrazzano

Jornalistas concluindo a graduação através de um projeto sobre como a Síndrome da Impostora se manifesta na vida das mulheres.